20 abril 2009


30 de maio
Gangrena Diário Ed. 22 Experimentações, sons e cds.
Senhoras e senhores, vamos hoje , apesar do resfriado falar sobre sons capazes de curar qualquer monotonia. Uma volta interessante, algumas coisas mais novas e no final de contas alguns cds que todos nós temos a obrigação de ter.
Para começar apenas uma curta aulinha de como hoje vocês todos escutam aquilo que se chama de new metal.
Na década de 90, mais precisamente no início dela, surgiu uma banda com o singelo nome de Faith no More. Eles estavam há um tempo na estrada, mas tinham apenas um disquinho bom, mas sem muita visibilidade. Foi aí então que uma excelente banda de músicos encontrou seu vocalista ideal. Um tal cara meio louco que se chamava Mike Patton. O cara capaz de declarar que preferia milhões de vezes à masturbação do que fazer sexo, e mais algumas esquisitices do gênero, fazer um videoclip cheio de travestis, quando a moda era as mais lindas e gostosas mulheres possíveis. Sendo assim, a banda perfeita encontra seu vocalista idem. Bom após o mega sucesso do albúm com Mike Patton ( Epic, Falling to Pieces, From out of nowhere, apenas para citar as três mais ), a banda resolveu fazer por merecer o título de uma das melhores bandas do mundo. Fizeram um album que se chama Angel Dust, obra prima do rock , aonde estaria todos os conceitos daquilo que hoje se chama new metal. E até hoje o tal cd aparece na lista das melhores coisas dos anos 90.
Pois bem é esse vocalista insano e genial que volta a ativa em mais um projeto.
Como vocês todos sabem ( ou não ), Mike tem um projeto que une heavy metal com esquisitices eletrônicas que nós brasileiros vimos no Claro que é Rock do ano passado o Fantomas. Alias quem conseguiu ouvir a todo o barulho, não saiu ileso. Agora Mike
Patton está lançando como ele mesmo diz, sua visão da música pop.
A primeira coisa que vem a cabeça quando escutamos o trabalho desse combo intiutlado Pepping Tom, que é o nome do disco também, é que se todas as músicas pops fossem do jeito que Mr. Patton as vê, nós estaríamos livres de porcarias como Breatney Spears ou qualquer Aguileras da vida. Aliás eu nem intitularia o disco de pop. Ele tem uma urgência muito pesada para ser apenas pop. Tem muito de tudo. Levada dançante, sons tribais, trilhas mais sombrias ( como em Mojo ). A música que abre o disco ( Five Seconds ) tem uma pegada mais roqueira, mas em algum momento ela muda para apenas barulhinhos a lá eletrônica, com direito à um clima clássico. E os gêneros se misturam cada vez mais, Don´t even trip, é um rap com trilha de filme de terror B que é genial. Até quem não gosta muito de rap vai gostar e imaginar as naves filmadas pelo Ed Wood*.
Uma outra coisa muito bacana nesse trabalho é o seguinte, todas as faixas tem alguma participação especial. e aí vão surgindo os nomes interessantes, Norah Jones, Massive Attack, Kid Koalla e uma participação brazuca de primeira, Bebel Gilberto. Pra quem não sabe cantora com uma carreira sólida na gringa. Já gostava um pouco pois tinha ouvido alguma coisa do trabalho dela, e porque também ela é simplesmente a cantora mais linda que já vi. Agora então virei fã de vez. É irônico pensar que enquanto existem cantoras que quando vão fazer duetos, gravam uma porcaria de música cover que fazem o Damien Rice virar do avesso**, enquanto outras que nem tem tanta mídia e não virão musicas da novela da Globo, fazem parcerias que relamente transcedem. Bebel, minha musa.
Mas voltando ao disco da bossa nova até o heavy metal, Pepping Tom é muito bom mesmo. Mais que obrigatório.
Nossa próxima atração vem das terras distantes da Nova Zelândia.Evermore é no me desse trio. John Hume, nos vocais e guitarras, Peter Hume, no baixo e teclados, Dan Hume na batera. É, vocês já perceberam que eles são irmãos. Todos na faixa dos vinte anos, o vocalista tem 21 e os irmão 19 e 17, essa molecada está na estrada desde 2000. E olha que eles estão ralando muito. Nascidos e criados no interior da Nova Zelândia, esse moleques tinham como única opção montar uma banda. Passaram a infância sendo alimentados pelos pais com coisas como Led Zeppelin, U2, Frank Zappa, entre outros. Não tinha como dar outra coisa. Começaram a fazer shows em 2000, causando um barulhinho local e começando a desenvolver mais canções. Em 2003 saiu o primeiro single ( Slipping Away ), que rapidamente começou a ser tocado insistentemente nas rádios locais e fez com que o diretor musical da Triple J, se convertesse em fã dessa molecada rapidamente. Com o lançamento do segundo single ( Oil and water ), definitivamente fez com que eles entrassem no jogo daí sairam duas turnês, uma com o Panic a outra com a banda do Stone Gossard ( guitarrista do Pearl Jam ), o Brad. A partir daí para o disco de estréia foi um pulo. Produzido por Barrett Jones ( Nirvana e Foo Fighters ), o trio foi elogiadíssimo pelo produtor. E não é pra menos. Os caras fazem um som que varia muito de estilo, ás vezes é mais puxado pro Radiohead, ás vezes mais Coldplay, mas sem copiar nenhum dos dois. Muito originais nos arranjos, fazendo um belo contraponto entre teclados e atmosferas mais viajantes, a voz de John é cortante e muitas vezes parece rasgar a música pela metade. A bateria não é pancada, mas sim extremamente bem arranjada para fazer parte do todo e os acordes de guitarras dão o clima certo para essas melodias muito bonitas que esse trio despeja nos ouvidos. Uma banda de moleques que não deixam nada a dever para os figurões do rock de hoje. Posso até arriscar que o Evermore é aquilo que hoje o U2 deveria ser, se não tivesse esquecido como se faz música boa. Não deixe por nada de ouvir.
Bom eu sei, que vocês leitores, já devem estar cansados e carecas de todas as esquisitices do famoso Jack White. Aliás o senhor White Stripes abusou das excentricidades. Por isso quando ele resolve tocar alguma coisa é sempre bem vindo.
Um belo dia estava Mr. White com mais um amigo famoso no circuito indie ( Brendan Bensom ), estavam escrevendo e saiu dessa conversinha uma música ( Steady as she goes ), uma musica na levada de Smell like teen spirit, pegada rock mais pesada, mas com um apelo pop irredutível. Pronto nascia daí os Racounters. Como os dois amigos viram que daí sairia caldo, porque não formar uma banda. E foi o que fizeram, com a formação desse jeito: Jason Lawrence ( baixo ), Brendan Bensom ( guitarra, voz, teclados ), Jack White (na guitarra e vocais) e Patrick Keller na batera. os caras estão com datas até setembro agendadas, cd lançado nesse ano e tudo que uma banda tem direito. Mas vamos aos fatos. Você vai achar que é White Stripes sem a Meg, mas calma, as coisas não são o que parecem.
A banda tem uma bateria bem diferente, pra não dizer mais elaborada, com riffs grudentos desde a primeira vez que você escuta. Uma levada dançante e variando para as coisas mais pesadas e mais viajandonas ( Store Bought Bones ). Com as vozes de Jack e Brendan se equivalendo e fazendo bem à banda. baixo marcante pronto pra servir os rockões despejados pelas duas guitarras.
Na verdade todo mundo estava falando em um novo Nirvana e tudo mais, mas não é. Se você for esperando isso vai achar a banda uma bosta. Ouça esquecendo de tudo que você ouviu sobre a banda antes. Os caras são realmentes muito bons, mas sem exageros comparativos. Levam o prêmio de melhor lançamento do ano em cd, junto com o Pearl Jam e o Red Hot Chilli Peppers. Mas outro Nirvana, é muita excentricidade para um Jack White só. Se puder de uma visitadinha no site da banda ( http://www.theraconteurs.com/ ), é muito louco.
Bom por hoje é só velhinhos.



Olha lá estava me esquecendo: dicas de cds dessa semana.

a) Nirvana, Sliver The best of the box.
Imperdível, para você saber que quem nasceu para Racounters nunca será um Cobain.

b) Super Furry Animals, Songbook
Para você que ainda não teve a maravilhosa oportunidade de ouvir esses galeses (escrevemos sobre eles na primeira edição ), compre essa coletânea e deleite-se com coisas como Slow life, Hello Goodbye, Golden Retriever, entre outras.



Escrito ouvindo: Pepping Tom: Five seconds
Caipirinha
Mojo
Evermore: o cd Dreams
The Racounters: Steady as she goes
Store brought bones

* Ed Wood > famoso diretor de filmes trash, retratado por Tim Burton no cinema, com Jonnhy Deep no papel ( genial).
** versão para The blowers daughter, do Damien Rice , assassinada pela Ana Carolina e Seu Jorge ( Deus os perdoe!!!!).

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