20 abril 2009

19 de abril
Gangrena Diário Ed. 18 Lastfm e vícios
É incrível o quanto, ah me desculpem todos, antes de mais nada uma boa noite à todos as leitoras e leitores dessa pequena misciva semanal, que nessa última semana ficou fora do ar. Mas tudo tem uma explicação, e foi por causa do Campari Rock, na semana passada fui ao festival e fiquei pensando em escrever algo, que pelo seu entendimento não foi concretizado. Mas no próximo post será feito. Nesse como sempre vamos de mais bandas boas.
E como minha cabeça prega-me peças às vezes, acaba de fazer isso novamente . Esqueci de mencionar que essa coluna está sendo publicada na minha página no Lastfm ( www.lastfm.com ), estou com uma rádio pessoal e os posts do Gangrena serão à partir dessa semana colocados lá, pelo menos os que tiverem a ver com música. Não deixe de ouvir a rádio, modéstia à parte está do caralho (desculpa o palavrão).
Bom, agora colocados os pingos nos is, vamos as batatas. É incrível como fiquei dependente desse lance de música pela internet. Hoje posso dizer que tenho uma vida dupla, calma sacana leitor, não tem nada de bobagem nisso. Durante o dia sou fisioterapeuta. Quebrados, amputados, pós-operados são minha companhia e sustento. Suporte para todas as suas agruras, medos e vontades. Carga de energia sempre pela metade.
Mas durante à noite, minha vida toma o rumo desse cabo fininho e viajo através dos continentes elétricos para achar a melhor nota, saber qual o riff que mexe mais com a minha orelha virtual. Como Neo tenho duas vidas completamente diferentes. mas ainda nada de Morfeu e o pior a minha Trinity, pelo visto anda meio longe. Parece estar na " Hungria ", pelo menos assim se designa. mas isso é outra história.
Bom esse vício maravilhoso sobre música me fez deparar com um elefante. É isso mesmo, a banda se chama Elefant, caras de Nova York desse quarteto formado por, Diego Garcia nos vocais, Kevin MacAdams na batera, Jeff James no baixo e Mod nas guitarras. Se você escutar assim de primeira você vai achar que os caras são simplesmente um pop e mais nada. Mas , como tudo nessa vida necessita de uma visão mais ampla, escute pela segunda vez. Aí as coisas ficam mais claras A bateria seca vai te lembrar um pouco nosso Fabi Moretti, dos Strokes no primeiro disco, e sendo os caras da mesma cidade eles devem ter ouvido muito Is this it?. Mesmo porque o primeiro disco do Elefant é de 2003 ( Sunlight makes me paranoid, nome bacana. né? ), mas não pense que você está diante de uma cópia barata, os caras são mais originais que isso. As guitarras variam bem do peso ( Lolita ), para riffs mais suingados ( Bookie ), e voltando a bateria ela faz uma cozinha perfeita para se dançar rock. Baixo marcadão no melhor estilo nova iorquino de ser. Boas mudanças de melodia fazem com que a gente se lembre não só dos Strokes, mas também de Cure e até mesmo Talking Heads( Ester ). Alguma psicodelia bem leve em coisas como Uh Oh Hello. fazem desse quarteto que está no segundo disco ( Black Magic Show ) uma excelente pedida pra esses dias de frio em Sampa. E não se deixe enganar pelo visual dos caras, ele é mais pesado que o som.
E por falar em peso, tá aí uma banda que você não sabe se é mais folk do que rock, mais balada que peso, mais Los Hermanos que Led Zeppelin, mas o som dos caras é bom.
Estou falando do The Zutons, essa banda inglesa ( meu Deus mais uma!!!!! ), afinal de contas hoje em dia quase não temos uma british invasion por semana. Mas essa banda sai do padrão britânico de tocar rock. Primeiro, porque essa banda tem uma saxofonista Abi Harding, acompanhada por Boyan Chowdhubry na guitarra, David Macbe na outra guitarra e vocal, Russel Pritchard no baixo e Sean Payne na batera, os caras fazem um som mais pesado que o pop tradicional. Com solinhos de sax que são matadores, letras um pouquinho deprês ( Why won´t you give me your love? ), mas numa levada que não é nada baladinha. Músicas que tem algo daquelas bandas que tocavam nos bailes dos anos 60, mas sempre com um pé num ritmo mais acelerado. A banda que foi formado em 2004 e após o primeiro disco eles excursionaram com os The Killers, e daí pra frente foi só alegria.
A banda realmente é boa, canções que podem falar de um porre pelo pai morto até saudades de uma garota encontrada numa turnê. Mas sempre fazendo um belo som. As guitarras não são pesadas, puxam mais para o pop mesmo, mas elas estão longe chatinhas como muitas vezes as bandas inglesas ( vide Babeshambles). Belas canções como Confusion garantem que você vire fan dessa banda inglesa.
Bom e por fim, mas nada descartável é esse quinteto americano, o Pretty Girls Make Graves (esse nome é muito bom), com Andrea Zollo nos vocais principais, seguida pelo time de músicos Nick Dewitt, Leona Marrs, Jason Clark e Derek Fudesco (é esse o nome mesmo ), fazem um som de fodesco mesmo.
A banda que está lançando seu segundo albúm agora em abril (dia 11) com o nome de Elan Vital, mostra que é realmente um diferencial nesses tempos. Já no primeiro albúm de 2005 ( The new romance ), a banda já dizia que veio para chacoalhar a cena. Muitas guitarras pesadas e músicas que colocam um sorriso na tua cara, mas sempre mais puxado para o peso dos anos 90. As músicas começavam com um andamento e sempre terminavam com um outro mais rápido e com mais pegada no baixo e a bateria fazendo estripulias maravilhosas. E nesse albúm novo eles estão mais viajandões, com a adição da tecladista Leona Marrs. As músicas tem uma pegada mais pop, mas não deixam de dar curvas no teu cérebro. Coisas como Pyrite Pedestal te fazem lembrar que realmente músicas podem fazer a diferença mesmo. Os vocais de Andrea são fortes mais sem gritaria, e as levadas da guitarra são bem diferentes durante o andar das músicas. Parece um Mars Volta mais devagar, mas é muito bom tanto quanto os caras do Mars. Esse disco novo parece aquelas coisas mais viajandonas dos anos 70 mas sempre com o peso na medida. Não dá pra falar que eles são pop, essa é uma banda genuinamente rock.E como são.




Notas pro fim:

Campari Rock, vamos resumir em poucas palavras cada coisa que se viu.
a) As bandas independentes novas com Ludovic e Walverdes são realmente boas promessas.
b) Cachorro Grande é muito foda, os caras detonam tudo. Grande show muito melhor que coisas ridículas como os hypiados Kings Of Leon no Tim Festival o ano passado.
c) Mission of Burma, fiquei chapado. Os tiozinhos são mais que distorção, eles são feitos dela. Porradaria e mais porradaria, de boa na metade do show não dava mais pra ficar perto dos falantes.
d) Nação Zumbi, o melhor show disparado. Outro dia eu li uma crítica de um cara que eu admiro muito o Alvaro Pereira dizendo que não captava o som da Nação, olha caro Álvaro longe de mim te ensinar alguma coisa, afinal acho esse cara um dos mais esclarecidos no quesito música. mas a coisa é assim: tambores tribais com guitarra distorcida. Letras com e sem sentido adicionado o grau de tecnologia certa. Balanço pra chacoalhar bastante dentro e fora da taba. Fez até cair chuva depois. Coisa nova que faz tempo que a música brasileira não tem. Entendeu caro Alvaro.
e)o Ira foi sofrível, nema puxada de saco nos caras do Garagem ajudou o Nasi, alguns hits, uma coisa boa aqui e alí. Mas foi a hora de comprar mais água.
f) O Supergrass, não poderia ser diferente, os caras são bons mesmo, várias conhecidas e som na medida pra fazer qualquer pessoa saber o que é rock de verdade. E foi isso.
Ah antes que eu me esqueça, viva Atibaia a cidade dos anjos.


Bom a temporada de shows nos EUA vai começar, o pessoal está animado, afinal tem Madonna, Red Hot Chilli Peppers, Bruce Springsteen, Pearl Jam e outros. Mas enquanto as estrelas colocam os preços dos ingresso entre 250 a 500 doláres, o Pearl Jam e antes que vocês digam que esses caras não são famosos eles já venderam mais de 30 milhões de discos. Pois bem os caras do PJ colocaram seu ingresso a 50. Por essas e outras e outras Eddie Vedder para presidente.

Cuidem-se.....................






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