22 de abril
Gangrena Diário Ed. 18 O original e o mesmo
Bom existem dias que você se pergunta eu já não ouvi isso em algum lugar ?
Pois bem uma das duas bandas desse sábado merece essa pergunta. São quatro caras de Chicago, que são capa da New Musical Express desse mês, e são dados como heróis do novo punk. Bom é aí que começam as questões:
a) Você já percebeu que sempre tem alguém para salvar o rock, o punk, o progressivo, o metal ? Mas se você vai salvar alguma coisa, nossa donzela em perigo não deveria estar mesmo?
Nunca vi uma época aonde o rock estivesse tão presente em tudo, como essa ( e olha que eu já vim várias vezes pra esse mundo em épocas diferentes!! ), seja na tv, rádio, net, en tudo. Festivais e mais festivais. Será que o rock é mesmo uma eterna Penélope Charmosa?
b) E se o rock precisa de salvação quem será a Quadrilha de Morte real? Lembra dos Strokes? Lembra do Coldplay? Pois bem eles já foram a bola da vez, agora são os Arctic Monkeys. Nossos amigos Strokes estão se aguentando como podem, o álbum mais recente vai bem até um pouco mais que a metade, depois fica chatinho. mas os caras estão aí. Nossos super-heróis andam meio cansados ?
Bom deixando as dúvidas cruéis de lado, a busca pelos motoristas do Chucaboom** sonoro está mais do que aberta, talvez seja por isso que esses caras cairam do céu para o monstro marinho dos fazedores de ídolos. Os nossos camaradas em questão são o Fall Out Boy. Mas antes deles uma breve histórinha.
Quando o punk nasceu com os Stooges e Ramones. É isso mesmo, nem me venha falar que foi Jonnhy Rotten quem criou o punk que vai ter briga com direito a pregos, cabelo moicano e tudo mais. Estamos carecas de saber que o quarteto fantástico ( Joey, Jonnhy, Dee Dee e Tommy) criaram essa maravilha de música e depois daquela fatal viajem para Londres em 1975 foi que nasceram para o mundo os Pistols e o Clash. Não que eles não eram bons, pelo amor de nossa senhora dos três acordes!!!!! Mas é que até a introdução no primeiro disco do Clash tem o famoso One, Two, Three, Four.........dos Ramones, por isso fatos são fatos. God salve the Ramones.
Bom depois que o punk sumiu do mapa e as bandas farofas vieram a tomar conta da coisa, os americanos tem um jeito particular de chamar um tipo de música como punk. Principalmente se for rock da Califórnia. Explico. Você já ouviu Green Day ? Pois bem nessa linha existem eles o Offspring ( mais agora nessa fase da carreira ), Blink 182 ( graças à Deus essa banda acabou!!!!) e mais recentemente essas bandas que todo mundo chama de emocore. Elas tem um som muito parecido. E eles chamam de punk. Melodias certinhas, os vocais afinados e daquele mesmo timbre, músicas tiradas de um episódio do OC, pois bem é desse new punk que se encontra o Fall Out Boy.
Peter Wentz, vocais e baixo
Joseph Thorman, guitarra
Patrick Stumph, guitarra
Andrew Hurley, bateria, essa é a formação da banda.
No início minha primeira vontade foi metralhar a banda. Os caras parecem realmente iguais aos Good Charlottes e Simple Plans da vida. Parece que nossos amigos yankkes colocaram essas bandas numa fábrica de produção em série. Letras sobre as mesmas coisas, as guitarras com aquela mínima distorção e riffs muito bem ensaiadinhos, vocais agudinhos com timbres melosos. É de matar qualquer um de raiva mesmo. Mas aí eu disse a mim mesmo, vou ouvir de novo, quem sabe a coisa muda. Afinal de contas ouvir Flaming Lips também foi difícil a primeira vez. Vamos tentar de novo.
E não é que a opinião........foi a mesma. Essas bandas realmente são muito iguais mesmo. Nem as mudanças de direção na melodia salvam os caras de serem mais do mesmo. E olha que as músicas tem uma pegada boa, você ouviria numa boa durante a programação de qualquer rádio comercial por aí, mas nada que vá te convencer a gastar seu suado dinheiro no cd. Mas os caras estão bem na parada, capa da NME, dos 27 shows, 16 com ingressos esgotados. Eles poderiam ser a banda mais ridícula do mundo, mas pelo esforço todo que eles demonstram nas músicas merecem estar aí. Eu prefiro Rancid, mas gosto é gosto.
Falta de originalidade, não é o que afeta essa próxima banda. O Crystal Skulls.
Os caras são de Seattle, e fazendo um pequeno adendo aqui, como depois do Nirvana, Pearl Jam, Screaming Trees e afins existem bandas em Seattle. Aqui no Brasil tem algumas cidades que são assim, Jaú no interior de São Paulo e Curitiba são algumas. Lugares aonde a música parece correr pelo dna da galera e passa por gerações e gerações. Isso é a maior sacada do rock, ele sempre será perpétuo.
Bom mais voltando aos crânios de cristal, esse quarteto ( Christian Wargo, vocais; Yuuki Mathews, baixo ; Ryan Phillips, guitarra e teclados ; Casey Foubert na bateria ), formado em 2003 lançou seu primeiro disco em 2004 ( Blocked Numbers ). Produzido e gravado pelos caras mesmo, a banda mostrava uma coleção de músicas muito boas que já te pegavam no ato. Arranjos que lembram as coisas feitas na época que o REM estava começando, mas puxado mais para o pop . Na primeira audição você lembraria do Stereolab. Um som extremamente agradável com guitarras competentes e diferentes do que se ouve por aí. A bateria entra sempre na viajem da guitarra e faz andamentos diferentes pras músicas. Os caras sabem mesmo tocar.
E agora eles retornam com Outgoing behavior, novo trabalho. Está mais elaborado e menos cru que o primeiro. As guitarras e vocais mais trabalhados. tem mais aquele clima úmido e chuvoso de Seattle. Eles misturam influências como aquele slide nas guitarras junto com riffs mais secos, e se dão bem. Estão com o som mais puxado pro Sul dos Eua. Um som muito bem feito e que agrada mais ainda que o primeiro disco. Não deixe de ouvir The Cosmic Door, diferente de tudo por aí. Sonzão.
** nome do carro da citada Quadrilha de Morte.
Escrito ouvindo: Sonic Youth, 100%
Sugarkane
Washing Machine
Superstar
Mudhoney, Touch me I´m sick
No one has
Halloween
Crystal Skulls, The Cosmic door
Aiport Motels
Baby boy
No room for change
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