26 julho 2009
GD 53......1.21 GIGAWATTS?????????? 1.21 GIGAWATTS?????????
Antes de começar, o forum sobre o Arctic Monkeys, está a toda hora vazando as músicas novas do disco Humbug pela internet e não é de hoje. Pra quem ainda não ouviu (e tem gente que disse que dessa vez os caras da banda conseguiram segurar as músicas antes do lançamento......) aqui vão duas que sairam por esses dias.....
Mas não é sobre o AM que iremos discutir hoje, vamos falar da família Brown.......
A família se formou após 1908, quando a árvora genealógica dos Von Brauns juntou-se à de Sarah Lathrop, na cidade de Hill Valley. A família de Sarah já morava na cidade desde 1808. Os Von Brown mudaram seu sobrenome para Brown na época da primeira guerra mundial, por causa da perseguição aos nazistas. E dessa união entre a família americana e a hungara-austríaca (existem versões em que a família Von Braun era na verdade alemã da gema....), nasceu Emmet Brown.
Emmet era uma criança inteligente, sempre demonstrando um talento nato para as ciências. Durante toda a infância a efervescência cerebral o levava a descobrir coisas novas, mas foi em Julio Verne que encontrou seu mentor e escritor predileto. Existem relatos que em 1932, o Dr. Brown (como viria a ficar conhecido), tentou sem sucesso descer até o centro da terra. E nos anos 40 participou do Projeto Manhattan, mas foi apenas em 1983 que ele conseguiu atingir o pico de sua carreira ao colocar em prática uma idéia que teve em 1955, o capacitor de fluxo, dando origem assim a primeira e única maquina do tempo.......
E é essa invenção que acabou de entrar no mundo indie. Os indícios de que ela estaria sendo usado no mundo da música já eram evidenciados por bandas como Mars Volta, Fleet Foxes entre outras. Mas dessa vez a locomotiva foi longe demais.
THE PHENOMENAL HANDCLAP BAND, combo formado pelos DJ's Daniel Collás e Sean Marquand, mais os músicos experientes como Jaleel Bunton (TV on the Radio), Aurelio Valle’s (Calla), The Lady Tigra’s (L’Trimm) e Carol C (Sí Se). Com um detalhe: os dois DJs que começaram o projeto se auto intitulam The Wicth Doctor e Medicine Man...... Se você ainda não se convenceu que eles são de outra época então ouça o primeiro disco deles que leva o nome da banda como título.
Desde os primeiros acordes de The Journey To Sierra Da Estrela, uma quase suíte instrumental com ventos sonoros no início e descambando para um funk aonde você só consegue enxergar as botas de plataformas prateadas batendo em cima de uma pista de dança iluminada. Cabelos grandes, fitas amarradas na testa das meninas quase hippies, quase dancing days. É temático e é imaginário.
Provavelmente você deve se lembrar daqueles discos da época dos seus pais ou dos seus avós, que eram coletâneas de músicas pops dos anos 70, que tinham nomes como Disco Dynamite, Hits Explosion, essas coisas.....Pois bem, a massacrante dançante All From Above é exatamente uma músicas dessas, mas com muito mais talento que a maioria daquelas coisas que haviam nesses discos......a guitarra suingada a lá Benjor (e calma que o Brasil tem uma parte importante nesse disco todo....), os teclados intergaláticos e os backing vocals sussurrados trazem uma tensão grande. Funciona tão bem quanto qualquer música do Jackson 5, numa pista. Sem contar a gaita blueseira do fim.....
Testemony é clímatica, lembrando a linha que anda uma outra banda sensacional o TV ON THE RADIO, de uma pegada punk pop infernal. Um funk barroco com pitadas lisérgicas. Cores imaginárias dentro de uma letra pra lá de viajante. Logo de início a letra diz que a crueldade satisfaz as necessidades, se prepare. Nesse exato momento você já está a 88 milhas por hora próximo a 1.21 gigawatts.
Como se não bastasse balançar a estruturas todas da pista com esse início, a faixa a seguir Give A Rest, faz você perceber que eles estão indo cada vez mais para trás no quesito tempo. As influências dos primórdios aonde o rock começava a ficar perigoso estão em todas as partes dessa faixa, mas ela quase que dá uma acalmada no clima do disco. Se fosse duas rotações mais lenta seria uma balada. Mas ela é perfeita assim.
Se você já não está se sentindo John Travolta com a faixa You´ll Desappear, posso te dizer que você realmente é doente do pé. Climas de video game antigo com linhas de bateria com quebradas sutis e bem marcadas e os vocais femininos ajudam no clima ranchão psicodélico do Tio Thomas. Tudo lembra o funk, tem um cheiro de mofo irresistível. E com essas credencias, chega o poderoso hit 15 to 20. Com a voz marcante feminina, é impossível não se mexer junto com a levada suingada da bateria. A guitarra novamente remete a música brasileira, mesmo porque você se lembrará do CSS. Mas isso é explicado por um motivo muito simples. Há oito anos Sean Marquand promove uma festa de música do Brasil em Nova Yorke, e também porque ele é fanático por Jorge Ben Jor, fora os outros artistas como Erasmo Carlos, Tim Maia, Elis Regina, ou seja, gente maluca influenciando o manicômio. Quer coisa melhor que isso..........
E essa influência do suingando suingando é latente nas pulsantes Dim The Light e I Been Born Again, nessa última o refrão chiclete misturado aos woah woah woah na guitarra definitivamente te levam sem volta aos tempos das meias coloridas e da cocaína no Studio 56.
O disco ganha clima de rock de arena com The Martyr e Tears , e tome mais influências do funk, mas com pitadas daquelas bandas que eram formadas por famílias e cantavam em programas da televisão. Mas é com Baby que você se sente dentro de um disco da Motown, todo o clima de música de seriados policias do Shaft está lá. E procure a homenagem subliminar á uma música que se chama Kung Fu Fighting..........
Os quase nove minutos da climática The Circle Is Broken, fecha a noite de baladinhas dançantes de maneira suave e sossegada, afinal de contas é necessário fazer o De Lorean chegar a lugares nunca antes visitados pelo homem..........
Ah....e antes que eu me esqueça.....
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