23 abril 2009

SOBRE O QUE E QUEM FALA MAIS..........

Boa tarde........



Estava eu, lendo nos momentos de afasia mental que sugere uma tarde de chuva em sampa, uma reportagem, aliás uma entrevista com o André Barsinski, que para você que vivia em Krypton e não conhecia o camarada, uma breve história......



No início dos anos noventa, ele escreveu um livro chamado Barulho, aonde contava a história da cena musical americana, e por acaso, uma em especial que estava começando a causar certo barulho na cena indie yanque....um tal de Nirvana......banda que depois ficou um "pouco" conhecida no mundo todo, rola também na mesma época a famosa história sobre a venda da camiseta do Nirvana para o jornalista Alvaro Pereira, mais abaixo segue um relato sobre o caso.......( a história é a seguinte o Kurt Cobain vendeu uma camiseta do Nirvana quando eles eram apenas 3 moleques de Aberdeen para o Alvaro Pereira...meses depois estouraram Nevermind)



Além disso comandava junto com Alvaro e mais Paulo Martins um dos mais bacanudos programas de rádio, o assassinado Garagem, na Brasil 2000, quem ouviu jamais se esquece da furadeira em todos os CDs dos Los Hermanos, ou as piadinhas com as rimas filosóficas de Humberto Gessinger.



Pois bem esse senhor na entrevista diz algumas coisas boas, mas uma em especial me chamou a atenção, a pergunta era como se posicionar hoje escrevendo sobre música, já que a Internet fez com que qualquer um pudesse de dentro de sua casa fazer notícia e escrever sobre as mais variadas coisas, acha que não?



Na resposta ele comentou que hoje em dia as pessoas por terem mais acesso a informação e por tudo ser muito rápido, não existem mais jornalistas e sim críticos, e que todo aquele ritual de estar en loco para poder escrever está se perdendo.



Pois bem......até que ponto termina a sua liberdade de omitir uma opinião sobre algo que você gosta, e começa o direito de ser jornalista num mundo de blogs, flogs, twitteres?



Fico pensando nisso pelo simples fato de que se levarmos em conta um raciocínio lógico, por exemplo se você começar a fazer cirurgias ou a dar pontos em pessoas machucadas e não for um médico, enfermeiro ou socorrista, você provavelmente será processado por falsidade ideológica, então será que somos todos falsários virtuais brincando de repórteres? Como diferenciar Jimmie Olsen de Clark Kent?



Você até pode dizer assim, mas espera um pouco.....se eu começar a fazer cirurgias eu tenho que ter pelo menos uma pequena noção de anatomia e matérias básicas, e para poder escrever basta você ter o mínimo de educação fundamental possível e um acesso a Internet, ou seja são duas coisas diferentes. Mas eu acho que não, acho que para poder escrever bem é necessário ter estudado e se preparado para escrever bem é necessário ser jornalista. Lógico existirão sempre as pessoas que tem um dom maior, mas no geral é preciso ter base, é preciso saber o diferencial entre matar uma pessoa e realizar um transplante perfeito, é necessário saber a diferença de copiar informação e de fornecer informação.



Mas aí ficam as perguntas........Até onde vai a liberdade de expressão?



Quem decide quem tem direito de escrever?



Morte aos blogs?????????????????




Senhor Barsinski.



Mas talvez esse pensamento seja um pouco sunita demais, mesmo porque não leva em conta as seguintes questões. Quanto mais pessoas estiverem escrevendo sobre qualquer coisa, e dando opiniões centradas ou não (caetanismo a essa hora é foda....), mais o trabalho de quem realmente estudou e está dando duro pelo jornalismo nesse país dos banguelas se destacará. Quantos mais idiotas escreverem, maior será a visibilidade dos verdadeiros jornalistas, que tem uma base fundamental para realmente checar fontes, realizar entrevistas que realmente interessam, omitir opiniões centradas baseadas em fatos, quanto mais cavalgaduras resenhantes na Internet, mais as pessoas que tem a teoria jornalística poderão se destacar, é a lei a genética sendo aplicada, o mais apto passa o menos vira ser unicelular. O que também é uma forma de separar quem realmente tem talento aparecer mais.
Mas a questão mais importante realmente é que a morte dos blogs seria como o AI-5 virtual, mataria a liberdade de expressão, não que a luta pela liberdade nesse país tenha sido uma revolução francesa ou qualquer coisa um pouco mais sangrenta, como o holocausto (e isso não quer dizer que não tenha sido menos sofrida e dolorosa), mas a extinção da liberdade de se poder falar seria realmente um caos real.
Mas como separar o que interessa daquilo que é apenas folhetinesco?
Simples Watson......informe-se muito bem, leia mais do que uma tela fria, saia da mesmice de twitteres, orkuts e afins. Sites de relacionamento que não te deixam sentir qual a expressão da pessoa a hora que você a vê.........seja mais do que um papagaio de pirata, seja mais com ser humano. Não se limite a comentar blogs com asneiras, palavrões, ofensas...... seja melhor que isso.....se é que você consegue ser mais num país aonde o estado se omite nas questões mais simples como manter o povo com o mínimo de educação basal.......
Por isso viva a idiotice dos críticos de blog......viva a minha idiotice....viva a sua......morte aos blogs desinteressantes...morte ao meu blog........viva o jornalismo de verdade...........
I could be wrong.........I could be right!!!!

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