20 abril 2009


29 de março
Gangrena Diário Ed. 17 Chega de choro e aumenta esse som
Após as semanas de revolta e constatações de que esse mundo vai mesmo acabar, voltemos aquilo que nos faz ter as mais diferentes formas de sentimento e que nos move sempre de uma maneira ou de outra. Aquilo que na minha modesta opinião é a melhor e mais curativa forma de arte, a música.
Hoje vamos falar de coisas completamente diferentes, uma banda mais progressiva, uma mais rock e um fenômeno da internet ( mas fiquem todos calmos leitores críticos, não é o Artic Monkeys ).
Hoje a gente começa com uns caras que vieram do Texas, e isso prova graças à deus, que nesse estado americano não existe apenas aquele escroto do George Bush. Existem coisas muito boas.
Prova disso é essa banda, o The Secret Machines, iniciaram essa loucura todo em julho de 2000. Brandom e Benjamin Curtis ( os irmãos, respectivamente baixo, orgão, vocais e guitarra mais a voz principal ), juntaram-se à Josh Garza na batera e começaram a tocar em bandas experimentais tais como UFOFU e Captain Audio, mas depois de um tempo resolveram que era chegada a hora de voarem apenas os três, ainda bem.
De Dallas para o Brooklyn foi um pulo e aí começaram a trabalhar nas suas novas músicas. Assinaram com a Reprise e daí saiu o primeiro trabalho Now here is nowhere, apesar do nome cabeça, a banda agradou bastante e agora sai o novo disco The silver drops.
Esse trabalho foi produzido por Allan Moulder, que trabalhou com pessoas " quase nada " conhecidas como Nine Inch Nails, Smashing Pumpkins entre alguns, e mostra a banda mais firme nas posições à respeito do seu som, o vocal da banda já declarou que ele gosta de pensar na música como se a pessoa que escuta o som fique afogada nele, ou seja que realmente passe tempo dentro desse mundo de notas. E eles conseguem, algumas músicas desse novo trabalho tem mais de seis minutos e uma tem onze, ou seja, é pra cair sem bóia.
O som dos caras é, e não dá pra fugir dessa palavra, progressivo. Mas não é aquela coisa das viajens do The Mars Volta, é um som viajandão mais na medida pra não achar que você foi teletransportado para Jupiter. A bateria faz a diferença quando bem tocada e nesse caso ela é muito bem tocada. Não se achará passagens mirabolantes ou repiques e acepipes tirados de um Neil Peart, mas você verá que a diferença é feita. Seca com marcação bem feita pelos pratos e ponto. Arrebata.
Distorção, guitarras com efeitos e riffs que caberiam em qualquer filme sobre psicodelia. Os irmãos fazem das cordas as melhores coisas do disco, é lógico que você vai me dizer que o baixo marca muito a música e não tem aquele malabarismo com os dedos, mas se você entrar na viajem do som, vai ver que é desconcertante as passagens. Dá pra se hipnotizar, escute com as luzes apagadas da casa e sinta-se em casa, se for de cor verde e tiver duas anteninhas na cabeça. As letras também rolam aquela viajem toda, solidão, drogas, possibilidades matemáticas, boas histórias contadas pelos caras (uma das músicas se chama Sozinho, ciumento e chapado ), seja bem vindo as linhas interplanetárias sonoras.
Como sempre e acabo dizendo apenas para vocês confidentes leitores, vamos a mais uma e graças à deus banda de meninas. Apenas um porém, o rock é realmente um gênero musical que fica realmente divino na voz feminina. Os exemplo são muitos, Janis Joplin, Chrissie Hynde, Pj Harvey, e por aí afora. E essas meninas não deixam pedra sobre pedra. Vamos a algumas informações delas por elas mesmas, ficam numa casa escura o dia todo, sorriem algumas vezes, sentam-se sobre pilhas de ropuas e discos e gostam de bolo.
Elas são o The Like, formado pelas amigas Z Berg ( vocal e guitarra ), Charlotte Froom no baixo e Tennessee Thomas na batera. Começaram em 2001 em Los Angeles e ensaios e mais ensaios, músicas escritas começaram a fazer um barulhinho na cena local. Nos três anos seguintes elas independentemente lançaram 3 EPs ( I like The Like, The Like e Like or not ), aliás os eps eram vendidos pela internet e em shows. Outro parrenteses aqui é que realmente hoje ninguém mais negará a ajuda da net pra qualquer banda que começa ou está na ativa, prova disso é que já faz uma cara que o Pearl Jam usa a net como ferramente pra tudo. Mas voltando as meninas, esse ano saiu o album de estréia, Are you thinking what I thinking?, pela Geffen, aquela do Nirvana, lembra?
Pois bem não é que você não consegue parar de escutar as meninas de maneira nenhuma. As guitarras de Berg te capturam logo no primeiro riff de June Gloom e a bateria dá o ritimo certo e rápido pra essa música. O baixo de Charlotte segue a linha dos vocais, mas sempre num crescente dando o ritmo da canção. As letras falam sobre muitas das impressões que as meninas tem de tudo que se passa com elas, o que pode ser uma canção sobre as indissocrassias do amor ( You bring me down ) ou sobre uma ponte que não tinha sido terminada ( Bridge to nowhere ). e os vocais de berg são simplesmente marcantes demais pra se passarem desapercebidos, mesclando uma voz forte e ragada com uma suavidade de chorar ( Too late ) ela é verdaderamente uma cantora. O cd vai te lembrar um pouco Magic Numbers, mas um pouco mais pegado, e mesmo assim elas são muito boas. Nada mal para elas que realmente são meninas, a média de idade delas é 18 aninhos. Deus salve as mulheres no rock.
E por último, mas jamais a menos importante, uma banda que com toda a certeza vocês vão ouvir muito e como os Artic Monkeys usou a internet para se espalhar e deu muito certo. Eles são o quinteto da Filadélfia Clap Your Hands And Say Yeah, é é esse nome comprido e esquisitão mesmo. Aliás, uma boa regrinha pro rock é que quando o nome da banda é esquisitão e diferente, pode ter certeza que dá um belo caldo.
Bom quando você ouvir os caras pela primeira vez a primeira coisa que você vai pensar é que os Talking Heads voltaram, o timbre do vocalista é igual ao do David Byrne, e até quando desafina o cara é parecido. Mas não é uma cópia, o cara consegue entrar sempre no felling da canção e dá sempre a ela uma particularidade. A formação do quinteto ainda para esse que vos escreve é meio desconhecida ( no site dos caras não tem o que cada um toca ), mas o que dá pra perceber é que esses caras fazem um rock pra chacoalhar o esqueleto, quase todas as canções dá pra bater o pé e algumas fazem você dançar sozinho. As guitarras tem quase nada de distorção e são sempre no contexto dançante da música. Baixo marcando e afinal é sempre ele que te faz bater o pé. Existe uma particularidade no som dos caras, eles fazem uso dos teclados para além de dar o clima da músic, forma o elemento da psicodelia do som, junte-se á isso uns xilofones aqui e ali e você não consegue mais parar de ouvir. bateria bem tocada e acertada com a cozinha dançante dos caras. Letras engraçadas ( Gimme some salt ) fazem dos caras uma das melhores pedidas sonoras de 2006, corra atrás, na net ou em qualquer lugar, os caras são bons e vieram pra ficar.


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