06 maio 2009

GD 41.....BAT FOR LASHES.....OU COMO TORNAR BJORK MAIS FÁCIL....




Depois de muito fugir do assunto, confesso que por um pouco de medo sobre o que escrever sobre um disco que toda a vez que escuto a sensação é diferente, variando de mais intensa, para absurdamente acachapante. Mas descrever um trabalho quando você gosta tanto é sempre ruim, ainda mais por soar inúmeras vezes apenas exacerbação do gosto (ou puxa saquismo puro se assim ficar melhor.....), mas como a intençao é outra vamos lá......


Cena 1:


Menina de pele clara e cabelos negros, olhar de mescla mistério e mestiça caminha pelas ruas de São Francisco. Os ecos de Harvey, durante uma tarde de verão, rasgando por entre as calçadas. A menina passa por todas as casas, bares, lojas e capta cada raio de imagem possível, seu olhar atento, a leva a idéias cada vez mais concretas e possíveis. Não existem apenas sons e cores, luz e sombras, nada mais é impalpável, tudo se torna audível. Ela sorri e sente o ar se acomodar por entre os dedos.


Cena 2:


Inglaterra, Londres. Natasha Kan, nascida em 1979, mês de outubro, dia 25. Multi-instrumentista, cantora, compositora, cineasta, menina de pele clara. Voltando pra casa, novo nome, novas idéias, cores e sons. O caleidoscópio que se tornou sua alma já não cabe apenas dentro do corpo, é necessário algo mais. É preciso externar todas as mesclas de cores em algo que se possa sentir, que se possa guardar. A idéia virou rascunho, que se tornou um acorde, que virou um disco todo. FUR AND GOLD, de 2006. Já poderia ser tão enigmático quanto a trilha de AS VIRGENS SUICÍDAS, de 2000 que inspirou Kan, ou por qualquer filme que a tenha feito colocar algo de cinematográfico em suas canções. Mas isso seria só o começo..........








Depois do primeiro, nesse ano, 2009. Mais precisamente em abril. Bat For Lashes (pseudônimo de Natasha), remodelou as cores tornando-as muito mais densas em TWO SUNS.


Desde o início delicadamente doce da sua voz, que aos poucos se torna um mantra entoado por qualquer tribo indígena moderna. A batida toda quebrada consegue uma intensidade acima de qualquer expectativa que você tenha sobre um disco de cantora indie. Tribal e direta, intensa até a última nota. E se você não se convenceu que está diante de um dos melhores discos de 2009, feche os olhos e se vá com os sons.


Tudo muda em Sleep Alone, a tribalidade dá lugar a sons cada vez mais caoticamente organizados, uma levada mais palatável, mas nem por isso mais superficial, a voz de Kan continua hipnotizando, e flashes de Tori Amos, aparecem ao longe. Não seria exagero, dizer que PJ Harvey em seus dias mais calmos escutaria essa canção com um sorriso no rosto.


Chega das misturas, piano e vozes.....Moon And Moon. Ecos e planos longos, com em um filme de Kubrick, aonde as estruturas mais simples são as mais belas. Poética sem ser longa demais, certeira como um dia de chuva fina e cobertor, na porta de qualquer casa.


Daniel, obviamente seria uma canção de amor, mas com Kan, nada é tão fácil assim, lugares familiares, sonhos, camas de adeus, braços por entre o pescoço, batida simples mas cativante. Seria muito mais fácil se todas as músicas fossem simples e boas como essa. Piece Of Mind, marca a metade do disco, e as coisas se tornam mais climáticas e viajantes, o coro gospel que se torna cada vez mais atormentado, como se pedisse calma gritando, é curta e poderosa.


É incrível ver como uma nota se perpetua por vários acordes e faz com que a cinematográfica Siren Song seja uma mistura de drama, ficção e romance. Tudo em apenas 4 minutos, e a pop bjorkiana Dream´s Pearl, faz com que ouvir Bjork agora seja muito mais tranquilo.


A gama de instrumentos que aparece em Good Love e Two Planets, abre caminho para uma qualidade básica mas que se torna primordial nesse disco, a capacidade de Natasha de saber o que misturar na hora certa, seja de uma maneira mais calma ou de uma maneira mias pesada (Two Planets), sem perder um pé nas pistas de dança, mas de uma maneira incrivelmente nerd. Tambores anunciam o que já se sabia há muito tempo, será muito difícil ficar impassível diante desse disco.


Autobiográfica demais Travilling Woman, não dá esperanças pra se amá-la, mas essa sinfonia amarga nada mais é do que um grande conjunto de notas que transformam uma história triste em épica.


Ouvir TWO SUNS, é como estar diante de um daqueles filmes clássicos, que misturam cores, sentimentos, em uma coisa só. A quantidade de telas que são preenchidas com as mais diversas matizes, sejam elas coros memoráveis, batidas eletrônicas, baixo , bateria, violão ou palmas é de uma grandeza infinita. Se Glass é a cena de abertura, The Big Sleep é aonde os créditos estão correndo pela tela, magnífica barroquiana de fechamento mais do que lírico, com a ajuda de Scott Walker.


O novo disco de Natasha Kan é um daqueles em que a cada audição descobre-se uma nuance, um som diferente, muda de interpretação a cada hora do dia...nada mais justo pra uma das mais belas e inteligentes vozes atuais.........











GD 41 BAT FOR LASHES FINALMENTE........MAS ANTES......

Bom, antes de mais nada uma pergunta.....porque os questionamentos mais profundos sempre vem acompanhados da segurança mais bem implantada na na nossa cabeça ou vice versa????????
Nunca fui muito de ler blogs (hahahahaha), mas estava nessas madrugadas insônes passando por aí, quando descobri a que a naturaza humana é realmente uma coisa estranha demais, e nesse meio tempo encontrei uma surpresa boa.
Passei em um dos que leio pela acidez e sarcasmo das pessoas que escrevem (http://tedouumdado.virgula.uol.com.br/), afinal de contas, essas duas qualidades humanas são indispensáveis hoje em dia (olha o datenismo!!!!!!). Pois bem, após dar boas risadas e perceber que esse mundo global, recordal, redetvzal entre outras, está numa realidade alternativa para qualquer ser humano, acabei indo parar num blog de um cara que nunca tinha lido ou visto.

O blog do Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas Rock Clube ou apenas DTRC ou qualquer uma das anteriores.....(http://bloglog.globo.com/ticosantacruz/), e tirando toda a história lida e deixada de lado logo após, o cara realmente tem alguma coisa a dizer de diferente do que se vê por essas bandas outroras habitadas apenas pelo serviço do correio e sinais de fumaça. Irônia é sempre bem vinda, no caso desse blog, você vai encontrar boas idéias seguidas de doses medicinais da citada terapia.

Posto isso, vamos ao que interessa........

Regina Spektor, anunciou essa semana que o novo album, FAR, sucessor do mais do que fofo BEGIN TO HOPE, vem ao mundo esse ano ainda, com data marcada para a entrega da cegonha sonora no dia 22 de junho, e terá a produção de Jeff Lynne, Mike Elizondo, David Kahne and Jacknife Lee. Se seguir a linha do anterior de 2006, podemos esperar uma bela peça musical da senhorita Spektor.
Por enquanto......








Outra senhorita, que está em conversas sérias com os produtores é não menos talentosa e bonita (suspiros.....hahahaha) Kate Nash, que anunciou em sua página (MySpace.com/katenashmusic blog), que vai começar a trabalhar no novo trabalho, que sucederá MADE OF BRICKS de 2007. Ela citou na página que está animada em fazer este novo álbum porque ela não se sentia capaz de falar sobre isso por muito tempo.....e que agora ela procura alguém para colar os selos (músicas) em um envelope........mistérios e analogias.......
algum comentário???????
Outros, nem tão bonitos assim, mas com talento de sobra, a banda HOT CHIP, durante um show surpresa nesse dia 05, no Village Underground, aliás esse DJ set e show foram beneficientes para Crisis, que ajuda os sem teto, (http://www.crisis.org.uk/). Eles mostraram as músicas novas que foram já classificadas como, sintetizadores dos anos 80, com refrões grudentos......uma amostra é o remix de TAKE IT IN, que está numa coletânea chamada BUGGED OUT BUGGED IN que você vê assim:



Confesso que para terminar........depois de tudo lido.......Are we in the road to nowhere??????


E os morcegos????
Morcegos caro mamífero, só a noite!!!!!!!