06 agosto 2009

GD 54 A MORTE PEDIU CARONA..........MAS A RASTEIRA QUE ELA TOMOU FOI MAIOR.......

ESSE POST NÃO É UM POST DE DESPEDIDA.......É UM DESVIO NO CAMINHO....
À PARTIR DE AGORA TODO O CONTEÚDO DO LULLABIES TO PARALYZE VAI PARA UMA PÁGINA NA INTERNET.........ESSA AQUI:

www.fabionavarro.com
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TODO O CONTEUDO DO BLOG E DOS PODCASTS ESTARÃO LÁ...... TAMBÉM VOCÊS ACHARÃO TWITTER, FACEBOOK,FLICKR, ORKUT E O PODCAST MAIS MALDITO DA INTERNET.......QUE TAMBÉM MUDA DE NOME...... TODO O FRANKENSTEIN Á PARTIR DE HOJE SERÁ O GANGRENA DIÁRIO

OBRIGADO PELA PASSAGEM POR ESTE ESPAÇO...ATÉ MAIS

GD 54.........OS FILMES QUE VOCÊ TEM QUE ASSISTIR ESSE ANO........



"Mas eu realmente não acho que sou Sid Vicious......"
"Não, eu sou Sid......"


"Eu tenho aquilo que os médicos chamam de Síndrome de Asperger..."

05 agosto 2009

GD 54....QUEM NASCEU PRIMEIRO....A GALINHA OU A FARSA.........


Bom antes que se torne tarefa insuportável escrever sobre isso, vamos logo ao parto. Mesmo porque nas últimas semanas não se fala de outro assunto. Congestionamento em blogs e servidores. As discussões parecem não terminar nunca, e acho que nem vão enquanto o disco não chegar fisicamente nas lojas, e ainda vão perdurar pelo menos até o final do ano (apesar de achar desnecessário essa discussão sem fim). Mas não adianta ficar muito animadinho não, HUMBUG do Arctic Monkeys não é nem será o melhor discos deles. Não o acho histórico, não vejo essa virada de estilo tão grande assim. Acho até às vezes um segundo disco do The Last Shadow Puppets e não o terceiro disco dos AM. Eu não acredito no hype.........é por isso que eu acho HUMBUG uma farsa , das melhores que eu já ouvi........
Nada vai superar a urgência do primeiro disco dos caras, a sucessão inesgotável de músicas sensacionais com uma pegada de emergência tão grande quanto a do primeiro disco dos Ramones. O redesenho do rock para remexer o esqueleto da primeira bolacha, as notas e o tempo, nada que eles façam depois vai conseguir superar. Mas a necessidade de andar para frente é tão urgente quanto respirar, e é nesse contexto que se encaixa Humbug.
Quando os AM começaram eles eram a novidade mais bacana do rock, tudo que eles deixavam vazar pela internet era consumido em altas doses, eles se tornaram a dopamina mais marcante da indústria, mas eles sempre deixaram claros que não acreditavam em todos os holofotes que eram despejados em cima deles. Talvez por saber dentro deles mesmos que a banda não caberia dentro de rótulos, talvez por querer manter a sanidade. O motivo real não se sabe, o que é verdade é que a banda nunca deixou de querer o original. E essa originalidade plagiada seguiu a banda, e eu digo plagiada porque é quase que óbvio. O que fazer quando as pessoas acham seu som o mais bacana de todo o planeta, o que seguir quando um grupo de quatro moleques se encontram no meio do furacão de "mudernidadezinha", sendo comparados à deuses a todo momento. Qual a direção quando ordas de seguidores cegos e fiéis se estapeiam para decidir qual a música é a melhor. Fazer o que quando todas as bandas querem ser a sua????
A saída é fazer um disco que não seja nada parecido com o que foi feito por eles até agora. Mudar a palheta de cores, formar novas ondas sonoras, sons mais pesados e estranhos. Essa é saída mais clichê no mundo do rock. E foi isso que eles fizeram. Mas a maneira de realizar esse plagismo de atitude que Alex Turner e a sua gangue escolheram é que é o diferencial. E por isso sim esse disco torna-se obrigatório. Porque não é todo mundo que consegue ser originalmente copiante. E isso mantém os AM ainda no patamar que eu insito em falar e por várias vezes já fui colocado dentro de uma camisa de força e convidado a dar o telefone do traficante que me dá esse tipo de droga pesada daonde saem essas opiniões. Eles são talvez a banda que mais se aproximou dos Beatles na história. Um dia quando tudo estiver tomado por máquinas, e as pessoas viverem dentro de subsolos imundos, cheios de ratos e com exércitos de resistência em homenagem a Sarah Connor a gente volta a converar sobre isso..........
Mas o disco já começa diferente de tudo que eles fizeram. My Propeller é dificil e não tem nada de dançante e punk quanto Brainstorm ou A View From The Afternoon. É de levada mais lenta e não vai agradar a quem queria ouvir mais um hit indie. Mas por isso mesmo é boa. E até o single desse disco, Crying Lightning é esquisito. De nuance toda quebrada falando sobre truques de mágica, sobre tempos passados estranhos que parece que a banda sente isso em relação ao que aconteceu com eles lá atrás.......
Mas o que deu mesmo a mão desse disco foi um cara que está se tornando um alquimista de primeira. Um tal de Josh Homme. Esse cidadão encrenqueiro, pertencente á categoria animal dos Adictus Lunáticos Sapientes colocou a banda para fazer o dever de casa com um peso parecido com aquelas rochas que explodiam a cabeça do coiote. E Dangerous Animals é prova disso, o que não chega a parecer uma cover do Queens Of The Stone Age, faz com que o evangelho segundo o coiote continue a correr livremente pelo deserto. E nesse clima é que entra Secret Doors, talvez a primeira que lembre os discos anteriores. Parece que a areia fez bem pra molecada, e eles não estavam dentro de um caminhão numa estrada dando caronas a garotas de programa.A levada quebrada da música é boa na medida, mas mesmo assim parece que além do QOTSA o Last Shadows Puppets ainda rondava a cabeça de Turner e Cia.
Potion Aproaching é a que mais se aproxima do estilo monkeininano de ser, puxada pras pistas pelos cursos mas com refrão em outra rotação é a resposta que eles dão á todo mundo: nós somos uma banda de rock e não uma máquina de hits apenas. Fire And The Thud é a marca mais pungente do senhor Homme no disco, se já ouviu coisas como I never came e principalmente "You got a killer scene here,man" do QOTSA sabe do que eu estou falando. E é isso, copiar com esse grau de originalidade é coisa pra pouca gente.
Cornerstone é de longe a música mais bonita feita pelos AM, (she´s is close, close enough to be your ghost......she´s was nothing but a vision trick.....) de uma beleza bruta muito grande, pra dançar bem de perto e vai virar trilha sonora de beijos e mais beijos com meninas de All Star e meias vermelhas. E aqui cabe uma observação, a voz de Turner continua a mesma (mas os cabelos!!!!), a diferença desse disco para os outros dois é que ele parece estar encontrando a linha melódica definitiva, deixando o som tomar conta dele para cantar e isso é sempre bom. E posso fazer mais uma heresia? Acho Cornerstone tão importante para esse disco quanto That´s The Way no Led Zeppelin 3..........ouça:








Dance Litlle Liar e The Jeweller´s Hands (essa última trilha sonora de filmes de gangsters.....) são o mais do mesmo desse disco, temas vagarosos e estranhos para quem esperava outra Tedy Pricker, mas bem tocados e com uma afinação de primeira elas não incomodam, formam mais duas cores caleidoscópicas desse mosaico primata indie. Mas Pretty Visitors é uma pancada das boas, tudo nessa faixa vai te lembrar o que o rock tem de melhor, viradas de bateria sensacionais, peso e velocidade nas cordas, orgãos sinistros e frases sensacionais (who came first...the chiken or the dickhead??????). Vale a pena cada sensação que entra pelo teu estribo.
Humbug é uma farsa bem conduzida, uma virada de história já enxergada e nada inédita. Mas nem por isso menos importante. A crueza das rotações e as melodias esquisitas vão garantir as discussões de todas as rodas de indies......esse não é um disco sensacional, está longe disso. Mas é bom ver uma banda crescer tão bem na frente da sua cara.......






Pretty Visitors

04 agosto 2009

GD 54....A SAGA DOS DISCOS ESQUECIDOS CAPÍTULO III

Após longas conferências com as vozes de dentro de minha cabeça, depois de procurar um cachorro para que eu, após escrever esse post pudesse colocar minha cabeça dentro dele e desaparecer, decidi. Esse seria o disco que iríamos desesquecer. E não adianta reclamar, postar nos comentários que esse blog virou balada trash.
O ano era 1990, e o mundo estava saindo de uma política pop ditada pelos cabeludos que supostamente tocavam rock. Nomes como Poison, Nixon, Bon Jovi eram figurinhas carimbadas em qualquer FM de rock. Tudo bem que em 1990 o Happy Mondays lançou aquele primeiro disco fantástico ( Pills`N´Thrills and Bellyheaches ), Pixies tinha saído com Bossanova, Black Crowes lançou a carreira com o sensacional Shake Your Money Maker. Ainda teve o Violator do Depeche Mode, e as pistas alternativas foram tomadas de assalto pelo Deeee Lite. O Edir Macedo tinha comprado a Record e o Mandela estava solto.......Mas o fino da bossa do mundo rock alternativo era coisa ainda que era consumida por um pedaço da população extremamente pequeno. Não que hoje tenha mudado muito, mas a internet ainda era um feto em formação, não era nem de longe o monstro verde que viria a ser. E por isso quem morava longe dos grandes centros, não tinha muita escolha. Ou era I´ll be there for you e um vidro de cianureto ou você tinha que esperar seu PC chegar com o coelho da Páscoa........
Nesse contexto de vida que saiu em 1990 esse disco. E não tem como não classifica-lo pelo maior pecado que ele comete. Ser pop demais. É cheio de hits de FM grudentos com refrões que hoje em dia fazem a alegria dos balzaquianos melindrantes do movimento trash. Mas antes que você ache que este que vos escreve tomou uma quantidade inimaginável de LSD, atenha-se à esses dois pequenos detalhes: um disco que catapulta uma rádio ao patamar de referência dentro do mundo pop e que aos olhares mais atentos trazia tendências que dez anos depois virariam "muderninho" não pode ser apenas produto pop descartável, mesmo que os realizadores tenham se esforçado para que isso fosse verdade.
Hack do Information Society. Sim meus apavorados transeuntes, esse disco tem pérolas escondidas, e sinto muito dizer que esse seu nariz torcido vai concordar. Vamos aos fatos:
O disco começa com Seek 200, uma ambientação mezzo industrial, mezzo mussarela com gritos e samplers que não acabavam mais. Vamos lembrar que nesse tempo se você dissesse a palavra Napster por aí provavelmente iriam achar que você estava resfriado, e vamos lembrar que Trent Razor estava começando e apenas Pretty Hate Machine havia sido lançado. E Head Like a Hole (eu já volto a falar da ligação entre Trent Razor e o IS já já.....), não iria tocar nas rádios que promoviam o que era empurrado pela goela abaixo dos ouvintes, então esse som era estranho para as massas. Mesmo que dois anos antes em 1988 o Depeche Mode tenha lançado Music For The Masses, aonde desistia dos samplers e começava a usar sintetizadores analógicos. Vale ainda lembrar que a praia do Depeche Mode eram músicas completas, ainda que o mercado brasileiro insistia em colocar a banda nas coletâneas de discos de casas noturnas. Então o trabalho dos caras do IS foi deixar esses sons mais democráticos, e nisso eles foram especialistas.....porque as músicas deles já eram remixes, não precisava mexer muito.........E a produção de Fred Maher (o cara que produziu New York do Lou Reed), ajudava muito nisso.
E aí é que começa o pecado pop do disco, How Long e Think são pesadelos pop de qualquer indie que se preze. As músicas foram exauridas no quesito audição. E chegaram ao top 30 americano tão rápido quanto sairam. Aqui no Brasil, elas estavam em qualquer festa, nas paradas de sucessos das seis horas da tarde de qualquer FM. E elas são isso que são, chicletes com recheio bacana, mas que com o tempo perdem o sabor, mas nem por isso você vai falar mal do ploquismo dessas duas canções. Elas catalputaram a rádio Jovem Pan ao patamar de rádio mais ouvida por todos os cantos, e sim você pode até torcer o nariz, mas é inegável que os caras conseguiram apenas misturando sons de máquina. Nesse tempo de Hack, o Fatboy Slim ainda tocava no Pizzaman. E basta você ouvir A Knife and a Fork, Now That I Have You ou Hack 1 (faixa com um suingue funkeado inegável), para perceber que eles estavam pelo menos seis anos antecipados ao que surgiu com On the Floor at The Bottique ou em You´ve Come a Long Away, Baby. Você duvida, então dá uma olhada no sampler de Now That I Have You na hora do solo, e depois escuta The Rockafella Skank.......tá tudo lá. E você lembra lá em cima da ligação perigosa entre o Trent Razor e o IS ?????? Pois bem escute Hard Currency e Head Like a Hole, e você verá que essas duas faixas são separadas ao nascer. A do NIN é a irmã mais velha. E aí nem adianta gritar, você vai dizer para mim que a maioria das bandas indie de hoje em dia não fazem a mesma coisa? Regurgitam sons do passado com maestria. O Information Society apenas estava com pressa.........
Mas eles não apenas anteciparam os sons de lotar as pistas, o Insoc se antecipou à Tom Yorke (posso esperar umas bombas na minha casa né???? hahahahaha). Pois não se irrite sunita leitor, eu explico. Se você não foi ao show do Radiohead eu te conto. Antes da música The National Anthem, os caras do Radiohead colocaram no ar a programação de algumas rádios brasileiras. Eles sintonizavam aleatoriamente e deixavam rolar o que estivesse passando nas rádios. Pois bem escuta essa música aqui e espere o fim dela...........









Pois bem, agora veja lá......






Não estou dizendo que a música é melhor, mesmo porque Radiohead é genial demais, mas que estava tudo lá no disco dos caras dezenove anos atrás, isso estava.
O disco tem músicas desnecessárias também. Can´t Slow Down, Move Out, Sleeping Away ( que chega a ser pior que I´ll be there for you do Bon Jovi) e Chemistry são provas de que eles erravam e muito, mas não dá pra escutar If Only ( com o sampler da escapada do Jerry do desenho e seus shob pa pa birus....) ou Fire Tonight com a sua tendência de carrossel eletrônico, e não achar que eles tinham pelo menos um pouco de talento (pelo menos mais que o Latino hahahahahha).
O disco vendeu como remédio para gripe suína aqui no Brasil, músicas em trilhas de novela e tudo mais. Na gringa eles explodiram tanto que depois desapareceram. Nada mais que a banda fez conseguiu fazer o mesmo estrago desse disco. Hoje eles vivem de turnês caça-níqueis como a que vem ao Brasil esse ano. O vocalista que no fim dos anos 80, começo dos 90 era o nerd sexy-symbol, hoje ostenta uma pança de dar inveja ao Fausto Silva. O Information Society era uma banda descartável como a história mostrou depois. Mas qual o problema?????? Já pensou como seria a vida sem Ploc????
No mínimo uma chatice caetanesca sem fim...............
(agora com licença que eu preciso escutar Dead Kennedy´s..........)


HACK
INFORMATION SOCIETY

FICHA:

Produção: Fred Maher, InSoc e Kevin Laffey
Mixagem: Bob Rosa, Fred Maher e Paul Robb
Músicas: Paul Robb, Kurt Harland e Fred Maher
Vocais: Kurt Harland e James Cassidy
Backing Vocals: Nocera e India
Midi: InSoc e Think Tank

MÚSICAS:
01.0. SEEK 200
02.0. HOW LONG
03.0. THINK
03.1. WENN WELLEN SCHWINGEN
04.0. A KNIFE AND A FORK
04.1. R.I.P.
05.0. NOW THAT I HAVE YOU
06.0. FIRE TONIGHT
07.0. CAN'T SLOW DOWN
07.1. T.V. ADDICTS
08.0. HARD CURRENCY
09.0. MOVE OUT
09.1. CP DRILL KKL
10.0. MIRRORSHADES
10.1. WE DON'T TAKE
11.0. HACK 1
11.1. CHARLIE X
12.0. IF ONLY
13.0. COME WITH ME
14.0. SLIPPING AWAY
14.1. HERE IS KAZMEYER


FRASES:

"...What makes 'Hack' such a fun surprise isn't so much pure energy as technological theft...."
Spin 2/91

"...Clever as the computer stuff is, where these guys really get brainy is in the songwriting...finding hooks in electronic abstractions like "R.I.P" or "CP Drill KKL" is pure genius...."
Musician 1/91, p.92

02 agosto 2009

GD 54.....O PODCAST MAIS MALDITO DE TODA A INTERNET......

Foram horas de trabalho árduo, canseira, olheiras.......e muito som. Depois de um sabático sábado, finalmente saiu o PODCAST DO GANGRENA DIÁRIO. Tic-tacs à parte, o programa dessa semana tem The Mae Shi, Art Brut, Friendly Fires, Arctic Monkeys......e outras coisas para você ouvir e correr atrás........



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